via Sensibilidade
Poema “Presença/Ausência”, videochamada a 11 jul 2020
Tenho-Te cativo em mim
Desde sempre procurei-Te
Um espaço por preencher
Um vazio silencioso e gritante
Tenho-Te cativo em mim
Num momento senti-Te
Um rasgo de alegria
Uma forte presença
Tenho-Te cativo em mim
Que comunhão tranquila
Uma busca inquieta
Para Te poder sentir
Tenho-Te cativo em mim
Mesmo estando ausente
Sinto a Tua presença
Escuto a melodia
Tenho-Te cativo em mim
O passo é o mesmo
Numa dança à distância
Que nos aproxima
Tenho-Te cativo em mim
Estás perto
Estás longe
Estás aqui!
Poema “Sobre Covid”, videochamada a 18 abril
A nossa geração foi surpreendida
Com algo tão estranho e inédito
Será que a nossa sociedade está perdida?
Ou é antes a natureza a projetar a seu grito
Uma ou outra ou até o Divino…
Todos nos lançaram ao:
confinamento
afeitamento
isolamento
e também ao comprometimento
Colaborando para que melhore
Acreditando que estaremos juntos
Aprendendo que é preciso
parar de correr
observar o que nos rodeia
escutar os outros
sentir o nosso coração
e acima de tudo
é preciso continuar a amar!
Poema “Cores”, Associação Vida a Cores, Pevidém
O verde da paisagem canta poderosamente
Em cada erva, árvore ou prado
O azul da água abraça a fauna carinhosamente
Em cada lago, rio ou oceano
Ambos dominam os tons do nosso planeta
Que, visto à distância, exibe-se vaidosamente
Destacando-se num vazio escuro e infinito
Iluminado pelo Sol que o aquece calorosamente.
Poema sobre aquecimento global – Citânia de Briteiros
A doença instala-se sem piedade
Rasga qualquer firme esperança
Procuram-se causa e verdade
Num tempo que corre sem segurança
Melhor agarrar a impossível promessa
Do desaparecimento total da crueldade
Instala-se finalmente a tranquilidade
E para todos a cura regressa
Dos seres humanos e do planeta
Que anseiam com tanta pressa
Tornar o mundo num lugar melhor
Onde vivamos felizes e com amor.
Poema sobre artigo 4° da Declaração Universal dos Direitos Humanos
Após vários séculos de permissão
Tratar o humano como mercadoria
Em muitos lugares era uma tradição
Agora no papel consagra-se
o fim da escravidão!
Dia Mundial da Poesia
Associação Convívio em Guimarães
Poema sobre “Caldinhos”, em Pevidém
A tigela vem a fumegar
Mas o melhor é mesmo o aroma
Que cria a vontade de devorar
Entrando numa espécie de redoma.
Atropelam-se os ingrediente amontoados
Que à nossa vista nos agrada
Em tons misteriosamente envolvidos
Resta saborear cada colherada.
Se a todos chegasse este caldinho
Certamente não haveria fome no mundo
Seria tão bom chegar a cada cantinho
Com o caldo e um sentimento profundo.
Poema sobre artigo 6° da Declaração Universal dos Direitos Humanos
A pedra forte, não se move
A flor exibe um perfume único
O cavalo percorre distâncias longas
Tocam todos numa harmoniosa sinfonia
Uma quase perfeita e bela melodia
Que se for apreciada por nós
Une-nos a esta complexa criação
E torna-nos mais humanos
Num ser que ganha o seu valor
Que tem de ser reconhecido
Por todos, em qualquer lugar.
Poema para o Alto de São João, em São Lourenço – Guimararães
A vista que se consegue do alto Em muitas ocasiões, tira-nos o fôlego! Invade-nos uma sensação de culto e de maravilha que alcança o âmago da existência. Esta veste o manto da humildade e do reconhecimento da grandiosidade e da graciosidade. A visão é tomada de assalto Num quadro pintado magistralmente Foi a altura que nos moldou a mente formando-se um conjunto perfeito Alinhado com o mais nobre sentimento.