Dia Internacional da Mulher – 2016

O mar dos meus olhos

Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os homens…
Há mulheres que são maré em noites de tardes…
e calma

Sophia de Mello Breyner Andresen, in Obra Poética

(Porto, 6/11/1919 – Lisboa, 2/7/2004)

 

História do 8 de março

No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Depois desse episódio, muitos outros protestos foram feitos, e um que se destacou foi o de 1908, onde 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque exigindo a redução da carga horária, melhores salários e o direito de voto.

Em 1910 ocorreu a primeira conferência internacional sobre a mulher em Copenhague, dirigida pela Internacional Socialista e nesse ano ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

2016-01-06 Poema sobre “Verónica”– Encontro no Salão de Chá Quindim

Veronica anagallis-aquáticaFoto flor Veronica anagallisaquatica

Como o pintor faz um autorretrato
O escultor desenha o seu rosto
O poeta escreve a letra da sua canção,
que podia ser assim:
Amar para ela é tão fácil!
O outro sempre em primeiro lugar
Qualquer assunto merece trato dócil
Apenas tenta tudo conjugar.
Se por vezes não consegue,
A Verónica num canto se recolhe
Pedindo a Deus que se encarregue
E logo o fardo Ele acolhe.
Procura a leveza do ser
Não esquece de agradecer
Todas as dádivas recebidas
Que curam quaisquer feridas.
VIVER PLENAMENTE
INTENSAMENTE
AUTENTICAMENTE!

2015-12-05 Poema sobre Recordar– Encontro no Lar de S. Jorge em Pevidém

Tantas memórias, tantas histórias
Percorrem estas paredes
Muitas gravadas em fotografias
E há aqueles momentos
Uns para esquecer totalmente
Outros para eternizar levemente
São estes que interessam
Porque nos fazem sentir gente
E nos pertencem totalmente.

Foto de Mandina Fernandes
Foto de Mandina Fernandes

A brincadeira preferida
O canto onde se parava
Amor à primeira vista
O nascimento de um filho
A viagem de sonho…

Mesmo que não estejam escritos
Permanecem numa memória coletiva
E por ter sido intensos
Ganharam uma forma significativa
E a Natureza adotou-os
Como sendo seus aqueles momentos
Já não são nossos, são de todos!

2015-10-10 Poema Amizade – Encontro do Clube de Poesia em São Lourenço

À nossa volta, as cores dançam ao som de uma melodia alegre

Sentimo-nos a levitar transportados por algodão doce

Constrói-se o enredo no qual o início se perde e onde os pequenos momentos são importantes.

É verdadeira, é genuína, é vivida.

Por isso, recorda-se numa memória partilhada e quer-se continuada

Essa vontade de estar com o outro torna-o, também a ele, especial

Subimos os primeiros degraus que levam ao amor

E então vem o escutar, o respeitar, o querer, o admirar

Como se depreende, muito mais do que uma descrição, a amizade são ações.

Já que não temos o verbo, porque não AMIZAR, é uma das sugestões.

Foto de Mandina Fernandes
Foto de Mandina Fernandes

Fundação do Clube de Poesia do Selho

No dia 11 de fevereiro de 2012 realizou-se uma tarde cultural organizada pela Junta de Freguesia de Selho São Jorge. Do programa faziam parte o lançamento o livro do Raúl Rocha “Guimarães no Séc XX (1940 – 1970), o segundo de três volumes sobre a história de Guimarães, um momento de poesia com a declamação de poemas de Alexandre Moreira e Mandina Fernandes e um concurso de quadras pelos alunos da Escola Básica nº 1 de Pevidém.
Esta foi a data que formalizou a constituição do Clube de Poesia do Selho que continua, até hoje, como informal, independente e autónomo. Tem participado em várias atividades culturais, tais como a Feira da Terra em S. Torcato como também a Citânia Viva em Briteiros, entre outras.
O seu propósito consiste na divulgação e prática da riqueza que constitui a língua portuguesa. O que mantem o grupo unido é esta profunda preocupação e os laços de amizade cada vez mais especiais. Inicialmente, o Clube era essencialmente constituído por pessoas de Selho São Jorge e Selho São Lourenço, ligadas pelo mesmo rio: o Selho.